quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O trânsito. O cotidiano. O Prêmio CET

Participei de um concurso feito pela Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET) na categoria crônica. Deveria escrever sobre o trânsito no meu cotidiano. Não é lindo? Pois é, saiu essa semana o resultado: não venci. Azar o de vocês leitores que terão - ou não - ler o que escrevi e perdi. As-lo aqui:

O meu cotidiano não existiria, sem o do meu vizinho, do conhecido de bairro ou até mesmo daquele sujeito morador do outro lado da cidade. Assim como é verdadeira a necessidade do trânsito; de gente, de carro, de vidas para compor essa rotina. A união do trânsito ao cotidiano torna-se uma mistura uniforme, indivisível, a qual uma não vive sem a presença da outra. O cotidiano é feito de ações repetitivas, que por mais que reclamemos delas não sabemos viver de uma forma que não seja essa, ou pelo menos nos acostumamos a crer que essa é a nossa vida. Já o trânsito é o resultado dessas repetições, é o efeito dessa relação de causa.

No meio de toda essa ideia aparentemente teórica, de causa e efeitos, está a minha vida, e por ser paulistana desde o início, ela é repleta de prática, cotidianos e principalmente trânsito. Infelizmente, de forma compulsória, nos levamos logo pensar no trânsito urbano repleto de carros e caminhões. O cotidiano que faz a minha vida não deixa de ser diferente e também está formado por carros, ônibus e caminhões, mas prefiro pensar de uma forma diferente, tento imaginar quem são essas pessoas que também – assim como eu – acordam e saem de suas casas na busca de seja lá o que for. De que lugar da cidade cada pessoa saiu, para onde está indo e para fazer o que? Essa pergunta certamente é fácil de ser respondida, o mais difícil é tentar penetrar no trânsito de ideias da cabeça de cada um, esse sim, bem mais complicado de ser solucionado. Nos mais de trinta quilômetros que separam minha casa e meus estudos tenho tempo suficiente para teorizar hipóteses mil, que nunca chegam a resultado algum, e quando percebo já terminei minha viagem – urbana e mental.

Um novo trânsito se abre na minha vida ao chegar na faculdade, o aéreo. A proximidade com o aeroporto me faz perceber duas coisas: meu cotidiano está cada vez mais diversificado, complexo de entender e que a faculdade é longe de casa. Na faculdade, sem dúvidas, o trânsito de conhecimentos é o responsável por causar grandes congestionamentos na minha cabeça. Nesse ambiente percebo como podemos ser aparentemente tão iguais e mesmo assim pensarmos tão diferente uns dos outros, sem dúvida o dia-a-dia de cada um faz dele uma pessoa única, capaz de me ensinar e aprender comigo. A manhã termina e novamente toda aquela mistura de vontades, interesses e sonhos de motoqueiros, motoristas e pedestres salta aos meus olhos e ao final do dia chego em casa com a certeza de que continuarei a não entendê-los.

Aos poucos começo a imaginar como o meu cotidiano já está fisiologicamente conectado a cada uma dessas vidas que cruzaram o meu caminho e que virão a cruzar. Tenho a plena concepção que eu também sou parte integrante do mundo deles – mesmo que eles não saibam - e que o trânsito acima de tudo é reflexão e absorção de comportamentos e ideias, afinal disso é composto o cotidiano. Esse pensamento pode até não estar certo e não ser compreensível, mas ele tem a virtude de ser originalmente meu, alicerçado nas minhas experiências, assim como os outros milhões que tento em vão compreender pelos caminhos que cruzo.

sábado, 22 de agosto de 2009

Bolt e outras gracinhas

Usain Bolt quebro essa semana o recorde nos 100 metros livres e se tornou o cara mais rápido do mundo. Pouco mais que nada menos de 9s, mais rápido que qualquer ato secreto no Senado.

O que de fato me intriga nesse cara é o seu jeitão brincalhão e descontraído antes e depois das provas. Lógico que depois - como sempre vencedor - é até compreensível a sua felicidade. Só que diferentes dos outros companheiros de prova, Bolt, segundos antes do início das corridas, está sorridente, brincando com a sua imagem no telão.

Aí eu penso, em uma velocidade inversamente proporcional a dele, se de fato é tão importante a tal concentração e total atenção em tudo de importante que vamos fazer. Se o cara que tá lá, disputando a prova mais importante, pressão e tudo comporta-se como nada estivesse acontecendo, por que eu em véspera de provas ou entrevistas de estágio fico ansioso. Será que de fato não estou tão confiante em mim mesmo como o próprio Bolt? Pergunta difícil, que nem ele em 9,58s saberia responder.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

You Can't Always Get What You Want

Sabe, a quantidade de pessoas que me conhecem é bem pequena. A quantidade de pessoas que gostam de mim é menor ainda. Mais de 6 bilhões e meio de pessoas nem sabem que eu existo. E isso nunca me incomodou. Então por que Deus se incomoda tanto com o fato de algumas pessoas não acreditarem Nele?

Ele é muito inseguro quanto à sua existência. Isto é, pra alguém que existe.
Se eu pudesse fazer metade do que Ele pode, passaria o tempo todo por aí, me divertindo, fazendo besteira, não vendo tá ou não tá me idolatrando. Nem perdendo meu tempo ameaçando quem não tá nem aí pra mim. Um ser tão superior não deveria se preocupar tanto com o que pensam dele, na minha opinião.

Relaxa, Deus! Desse jeito Você não consegue muita coisa. E nem aproveita a vida.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Orquestra Contemporânea de Olinda

Nada melhor do que a cidade do Recife para já servir como cartão de boas vindas e sinal de música boa. Essa big band faz juz a essa tradiçao e ainda dá um toquinho mais arrastado e tradicional a suas músicas, e bota tradicionalismo.

Muitos dos seus instrumentos não são usuais na música nordestina, apesar de ser a cara das big bands, como é o caso da tuba, além de trompete e flauta. A música principal do cd, homônimo à banda, carrega ainda uma pitada folclórica, dizendo do "canto da sereia".

Por aqui você pode fazer o download do cd: http://sombarato.org/taxonomy/term/48/all

01 - Ta falado
02 - Canto da sereia
03 - Ladeira
04 - Joga do peito
05 - Brigitti
06 - Balcão da venda
07 - Durante o carnaval
08 - Não interessa, não
09 - Vinheta
10- Saúde
11- Saúde II

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Carros, trens e fretados. E outras histórias


Joana, 32 anos, administradora de empresa sai todo dia da Vila Floresta, em Santo André, rumo à avenida Angélica, bairro de Santa Cecília em São Paulo. Recebe pouco mais de 6.000 reais por mês e paga quase 300 reais com ônibus fretado. O grandalhão a pega na esquina de casa e o deixa na esquina da avenida onde trabalha. Nesse interim já fez de tudo dentro do RapidTur, que mais parece um pinga-pinga daqueles que atravessam o Brasil: "até parabéns com bolinho o pessoal cantou pra mim esses dias", orgulha-se. "Mas agora com essa proibição, vou gastar mais ainda com transporte, perder tempo e até amigos", diz a ex-kassabista.

Lorena, 43 anos, é autônoma, trabalha na própria casa na rua Santo Antonio do Pinhal, paralela a avenida Paulista. Sua vida e a de suas filhas depende da rotina econômica da sua lojinha nos fundos da casa, para tanto os consumidores ávidos pelo seu artesanato precisa ao menos ver a fachada de sua loja, que ora pela fumaça dos ônibus, ora pela parada quase obrigatória dos fretados acaba desaparecendo. É constante os dias em que Lorena ao buscar suas filhas, demora mais de 15 minutos parada na própria rua esperando uma brecha para entrar em sua garagem.

Essa semana Joana não suportou tamanho desaforo e junto com mais 300 companheiros de classe média fecharam a avenida que dá acesso ao Metrô Santos-Imigrantes. "Queremos trabalhar, queremos trabalhar! ", esbravejavam. Lorena por outro lado era só sorrisos, enfim as pessoas estavam vendo sua loja e até o "Kassab, em que eu não votei, está demostrando ser um bom cara", disse com um sorriso amarelo.

Antônio mora em Francisco Morato, acorda as 4:30 hs pega um ônibus-trem-metrô-ônibus para chegar na vila Clementino onde trabalha com frete, que é diferente de fretado. O seu dia tem 19 horas, por que 5 passa fazendo essa verdadeira peregrinação. Arrimo de família, o seu ganha pão apertado é de 750 reais. O salário médio do brasileiro. Quando perguntado sobre o que achava da restrição à circulação dos fretados em alguns locais, Antônio disse - como sempre sorrindo: "fretado? meu negócio é frete". Depois, brincalhão como sempre apontou o Lance que estava lendo dentro do trem abarrotado da linha 7 e disse: "Obina, brilha muito no Palmeiras".

domingo, 19 de julho de 2009

Nova Cartografia Paulistana - Higienópolis


o bairro de Higienópolis

se fosse um senhor
seria daqueles que cinco vezes ao dia
se volta para Meca e reza para Alá
e como obrigação dá esmola
ao carroceiro que mora
em Itaquera em um prédio do BNH


segunda-feira, 13 de julho de 2009

Rock n' Roll!



Criançada, gostaria de ocupar algumas linhas para lembrar que hoje é o dia mundial do Rock! Parabéns, Rock!

E também com agradecimentos a seu criador, Martin McFly!

Aliás, você sabe de quem é essa guitarra?